sexta-feira, 15 de setembro de 2017

How to build a home

Tal como se diz de alguns mortos, que não sabem que o são, assim sucede com os recentes desexilados. É como ser fantasma ao contrário. Afantasmar. Desfantasmar. Infantasmar. Os dedos, de  súbito, conseguem empurrar as portas; os espelhos passam a ser habitados por uma expressão qualquer; o corpo materializa-se diante dos olhos daqueles que, entretanto, se esqueceram de que existimos. 
Até a casa é preciso aprender a possuir. Esboço nas paredes cada vez menos nuas os traços do meu coração, esperando fazê-la minha depois de impregnar de jazz os tecidos e de deixar a poesia ascender ao nível do pó dos candeeiros.

Reparei que, para os mesmos efeitos mas com aparente maior sucesso, o meu cão esfrega-se nas coisas. 

2 comentários:

  1. Laruca, Cuca,

    os cães sempre se esfregaram demasiado nas cousas, donde, sempre preferi os gaats, mas é quase o mesmo (ah,!, os fretes que eu faço :P)

    a casa é sempre mais nossa quando é partilhada...

    :)*

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    1. Disseste uma coisa muito bonita aí. Ainda é por cima, é capaz de ser verdade.

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